domingo, 8 de dezembro de 2013

ESCOLHA LER OU NÃO



Nascemos sem saber o que nos espera. Na infância o máximo que precisamos é de um brinquedo e na maioria das vezes, àquele e pronto! Na adolescência nossas vontades são expostas de forma revoltante, quanto maior a crise mais fácil devocê ser atendido. Até que chega o momento de você escolher sua profissão (com cerca de 17 anos). Sem maturidade suficiente pra isso, agora não adianta você gritar, chorar ou se revoltar. Você tem que escolher. Daí pra frente as coisas passam a ser diferentes. Não demora muito e você começa ver mais de um caminho em várias situações.

Essas escolhas vão ficando cada vez mais difíceis, até que você se alie à elas. Sua escolha é escolher. Aquele ou esse trabalho? Falar isso para o amigo ou não? As questões muitas vezes fazem a gente fechar os olhos. A ansiedade começa a tomar conta do seu corpo que continua funcionando normalmente. Aí que eu tenho pena do nosso corpo. Porque não trabalhar junto com ele? Enquanto você pensa no futuro, suas celulas estão no presente, seu organismo é como uma máquina e tem horários. 

Geralmente quando estamos em um nível alto de ansiedade, o que nos acontece é ficarmos cego. Simplesmente não enxergamos o que está a nossa frente e às vezes alguém te dá uma sugestão tão simples que você se questiona: como não pensei isso antes? 

A vida é feita de escolhas e mesmo que ansiedade tape seus olhos, quando você conseguir enxergar vai abri-los e perceber que a sua vida está uma obra de arte, mesmo que esteja em um momento de dificuldade. Afinal, dificuldade são aliadas do nosso crescimento. 

Temos que seguir tomando nossas decisões e não termos medo de dar um passo a frente. Afinal nunca vivemos duas vezes para saber qual seria a escolha certa e também nem é necessário, um dia entenderemos cada passo dado. Tenha as escolhas como aliadas. Sorri pra vida que a vida vai sorrir pra você.

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

O QUE ACONTECE COM ALGUMAS ATENDENTES?




Você aperta o interfone de um escritório. Na maioria das vezes que faço isto, fico impressionada com a capacidade de resolver situações de algumas recepcionistas. O diálogo entre a atendente e eu. Ela fala:
- Oi!
- Gostaria de falar com a contabilista.
- Ela não tá.
Uma pausa. A pausa continua na esperança de que ela ofereça ajuda. A pausa fica demorada e você responde a questão que ela não fez:
- Você pode me ajudar? Eu preciso assinar um documento.
- Pois é, mas a contabilista não tá. Como que faz?
Nesse momento faz aquela cara de assustada, pensativa e calma, tudo ao mesmo tempo. E decidi fazer o exercício de inspira e expira três vezes. E fala:
- Eu posso esperar.
- Tá bom.
Até ela chegar para abrir a porta, você já a imagina. E ela chega do jeito que você pensava: mascando chiclete e arrastando a rasteirinha. Você decidi perguntar:
- Ela vai demorar?
- Não sei, ela saiu pra rua.
- Obrigada pela ajuda. Desejo que você encontre um atendimento tão bom quanto o que você me deu.
Pausa. E você percebe a última frase foi um desejo do se pensamento.

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

PROGRAMA MAIS COMPAIXÃO

O problema da saúde no Brasil vai muito além do projeto Mais Médicos. Isso se encaixa em todos que utilizam o serviço público, especialmente quando você é a vítima do descaso. Minha avó foi uma delas. 

Estávamos no hospital, veja bem, em um HOSPITAL, lugar onde vamos pedir socorro. Ela chegou às 15h e até às 22h, tinha recebido somente soro.  Os exames realizados na chegada foram avaliados apenas às 20h (cinco horas sem assistência)  e ela estava com pneumonia. O coração dela começou a parar às 22h30 e durante cerca de 5 minutos pedimos por socorro, gritamos desesperados e ninguém, isso mesmo, NINGUÉM! Nenhum enfermeiro e muito menos médico foi socorrê-la. Ela não resistiu. Sim, minha avó era idosa e isso não é justificativa para não socorrê-la. E segundo o médico que estava lá, ele tinha outras prioridades. 

E assim como ele, existem muitos escolhendo quem morre. Talvez por falta de profissionais no mercado ou por falta de humanismo mesmo. Faltam médicos humanos, solidários e amorosos. Médicos que veja o paciente como pessoa e não como uma panela. Médicos que tenham compaixão de quem está no leito. 

Sabe quando escutamos nos noticiários sobre as manifestações: “um pequeno grupo de vândalos? Na medicina é a mesma coisa, existe esse bando.

Aliás, o problema é a equipe inteira. Na situação que vivi com a minha avó, vi enfermeiros frios e profissionais que negaram medicamentos. Alguém que está a beira da morte espera por remédios?

Ah sim. Não seremos injustos. Falta infraestrutura nos hospitais (mas este não era o caso da minha avó). E convenhamos: como um jornalista trabalha sem caneta? Um nutricionista sem balança? Ou o professor sem livros? 

Ahhhh, se Mais Médicos fosse a solução... Mas espero que estes profissionais cubanos cheguem aos lugares onde não há socorro, ou negam socorro, como aconteceu com minha avó. E espero que sejam exemplos de inovação, mas não por trazerem tecnologia, mas por trazerem amor. 

O assunto é daqueles que você vai analisando, o leque vai se abrindo, o tecido da manga vai crescendo e você percebe que tanta sujeira é fruto do dinheiro e que estamos nesta selva ditada pela capitalismo. 

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

O ÚLTIMO PONTO

Ela chega sem avisar, sem nos preparar. Chega sem ser convidada e leva. Não satisfeita, leva a pessoa mais especial. Aquela que te explica o sentido da vida, que te mostrou um passarinho fazendo um ninho, que explicou como se planta e se cuida de flores. Aquela pessoa que quando tem uma orquídea, a dela é a mais florida e não por acaso, as plantas, assim como os animais são parecidas com os donos. O que minha avó fazia com as orquídeas dela que sempre foram mais bonitas?

Quando acontece você não aceita e pensa: quem é essa tal de morte? Ninguém chamou ela aqui! Ela não vai levar, eu não deixei! O pensamento é tão simples quanto a vida, mas estamos falando de algo mais complexo. Ver aquela pessoa ali, sem vida, faz você se transformar em alguém autoritário: põe a alma dela aqui de volta agora!

Isso vai, uma, duas, três semanas. Até que você consegue mostrar seus dentes amarelos. Um sorriso tão inevitável quanto o choro. A diferença é que ele chega e não fica, mas as lágrimas... essas quando não estão no seu rosto, estão no seu coração. Ah sim, o coração.

Ele ficou muito pequeno pro meu corpo. Meus músculos se contraiam e na hora, o choro, aquele que vem fluído em filmes dramáticos, simplesmente some. Quando aparece, dói. É difícil tirá-lo lá de dentro. Você não quer aceitar, você está falando que não, então, porque colocá-lo pra fora? Você “manda” aqui.

Depois você se esquece. Você não existe mais e pra que se esforçar? O dia que eu mandei a morte ir embora, ela ficou... ela faz o que quer. Então, porque estamos aqui? Porque as pessoas compram carros de luxo? Porque apenas um tênis não é o suficiente, mas sim um bem caro? Você é tomado por porquês? E deseja, bem lá no fundo, ser uma criança pura. Aquela que não vê problemas em nada, e a morte é simples: ir para o céu.

Você se esquece tanto que começa aparecer doenças. A tosse é quase um grito de desespero, as manchas causadas por fungos no corpo são pra mostrar que este também vai apodrecer. Os músculos que ficaram pequenos agora estão doloridos. A pele está desidratada, você também a deixou de lado. As unhas que você fazia tanta questão de estarem pintadas, hoje só se lembra no momento em que elas machucarem seus braços ao coçá-los.

Depois disso, vem as crenças. São muitas e cada um com a sua. Todas são hipóteses.

Enquanto minha avó esteve aqui, foi a melhor. E eu viveria tudo de novo, mesmo que tivesse que perdê-la novamente, só pra vê-la. Mesmo que tivesse que sofrer, só por um abraço. A saudade toma o corpo, a mente. A saudade, a saudade... As lembranças, as fotos, as roupas e o cheiro. É difícil levá-la para o passado. Ela gostava... não, ela ainda gosta. E eu, continuo a amando, e muito.  

O texto não veio para explicar o que é a morte e assim como ela, ele acaba com um simples ponto final. 

terça-feira, 30 de julho de 2013

ADOLESCENTES ADULTOS

Sinônimo de conclusão de uma etapa da vida e muita vezes glamour na festa: a formatura. Na colação de grau, muita gente feliz! Alguns choram de tanta alegria, outros não vêem a hora de beber como se o mundo fosse acabar. E sim, para muitos destes pequenos adultos, eles vão chegar próximo ao fim do mundo: entrar no injusto mercado de trabalho.

Depois de cinco anos ou mais estudando, você com diploma na mão sai em busca de emprego. A boa notícia é que é fácil encontrar, a má é que na maioria das vezes o salário é uma merda. Em algumas áreas na realidade, você nem encontra  vagas e quando encontra, primeira coisa que você vê é o salário e depois os pré requisitos.
  • SALÁRIO 8 MIL
  • Idade mínima 23 anos;
  • Experiência de 20 anos;
  • Mestrado e doutorado na área;
  • PHD aceitável;
  • Fluência em inglês, espanhol, francês, italiano e mandarim.

Salário lindo! O problema é você se encaixar nestas exigências. E tem outra coisa: você tem pressa. Afinal seus pais ficaram doidos de repente. Há um mês atrás eles pagavam sua faculdade, sua moradia, alimentação, tudo que você precisava para viver. Hoje, você mora de favor na casa deles porque para os velhos, já é hora de você se mandar. Afinal, você já se formou, já pode ganhar dinheiro, ser auto suficiente e ainda ajudá-los nas despesas da casa. 

Ah, e se você explicar que o mercado está difícil, não se espante se seu pai se comparar com você:

- Na sua idade eu já morava sozinho.

É provável que na idade dele, ele já tinha você e seus irmãos. O mercado era outro. Se ele tivesse graduação então: rico! Naquela época, ensino superior já era um diferencial. E os imóveis eram cerca de 100% mais barato. E você responde: 

- Que bom que você tinha minha idade há 50 anos atrás. Desafio você a viver com a minha idade hoje!

Em síntese, situações incomparáveis. 

E se você for mulher e explicar para alguém que você quer sair da casa dos seus pais, é bem provável que você ouça:

- Porque você não se casa?

Oi!? Como se casar fosse a solução de todos os problemas. Você casa, mora com seu marido e viverá de suspiros. Quem fala isso geralmente se esquece de alguns detalhes.

Depois que me graduei já fui em muitas outras formaturas. E sempre me pego no meu pensamento sarcástico para os formandos: é melhor vocês não comemorarem!

quinta-feira, 25 de julho de 2013

AS ÁGUAS DOS OLHOS



Hoje chorei! Chorei por ter que escolher entre uma coisa necessária e um sonho. A vida é feita de escolhas e na maioria das vezes não são fáceis. Eu gosto de chorar e tento decifrar minhas lágrimas. Algumas vezes, vejo pessoas que dizem: não chore. Mas não sei se é bem isso que queremos ouvir. Se vejo alguém chorando, tento visualizar o que a lágrima quer dizer. 

Muitas vezes elas não estão pedindo soluções, elas clamam por outra coisa.  Se você parar e tentar decifrar o desenho úmido formado no rosto, você vai entender. Elas caem, passam por toda face e se encontram no queixo. Isso não é a toa. O envolvimento das lágrimas no rosto é uma metáfora para um pedido de "envolva-se" ou contorne seus braços em mim. Simples assim. 

Minha avó diz que chorar envelhece. Eu diria exatamente o contrário, chorar rejuvenesce. Isso pois acredito que o choro é quando a alma está sufocada. Quando ela chegou em um estado de tanta pressão que ela começa a transpirar. As lágrimas são a transpiração da alma. E deixar elas lá dentro, não vai dar boa coisa. Afinal, você não sabe o que cai junto com elas, talvez podem liberar até mesmo doenças.

Alguém que diz com orgulho que nunca chorou, eu tento entender. Não tenho dúvidas que seja uma projeção. Uma projeção de que gostaria de ter chorado muito mais ou então chorava escondido.

Por felicidade,  por amor, por tristeza ou raiva. Elas sempre vão estar dentro de você, esperando para sair. 

quinta-feira, 11 de julho de 2013

O QUE TE FAZ ACORDAR?



Ontem me perguntei o que me faz acordar todos os dias. Cheguei à conclusão, que não é trabalho, não é família, não são amigos e sim tudo isso. É amor pela vida. Mesmo que às vezes eu reclamo ou me pego chorando por achar que não existem saídas, mesmo que me decepciono. Nada como viver. Sem a vida nunca teria meus sorrisos, minhas lágrimas, minhas conquistas e minhas indecisões. Muitos dizem que sou indecisa e hoje rebato dizendo que sou muito decidida, pois não tenho dúvidas da minha escolha quando amanhece o dia. Quero ver minha família, rir das minhas amigas, cumprir meus deveres e sonhar, mesmo que às vezes não consigo escolher um único sonho, mas sonhar é meu combustível. Também gosto daqueles que me olham com uma energia pesada, estes me fazem crescer. Superar meus medos é conquistar orgulho próprio. Lembro que na minha adolescência, disse à minha mãe que não pedi pra nascer, hoje só tenho a agradecer. Ninguém disse que seria fácil. Viver é uma arte e a vida é justa com quem é justa com ela.