quarta-feira, 28 de agosto de 2013

PROGRAMA MAIS COMPAIXÃO

O problema da saúde no Brasil vai muito além do projeto Mais Médicos. Isso se encaixa em todos que utilizam o serviço público, especialmente quando você é a vítima do descaso. Minha avó foi uma delas. 

Estávamos no hospital, veja bem, em um HOSPITAL, lugar onde vamos pedir socorro. Ela chegou às 15h e até às 22h, tinha recebido somente soro.  Os exames realizados na chegada foram avaliados apenas às 20h (cinco horas sem assistência)  e ela estava com pneumonia. O coração dela começou a parar às 22h30 e durante cerca de 5 minutos pedimos por socorro, gritamos desesperados e ninguém, isso mesmo, NINGUÉM! Nenhum enfermeiro e muito menos médico foi socorrê-la. Ela não resistiu. Sim, minha avó era idosa e isso não é justificativa para não socorrê-la. E segundo o médico que estava lá, ele tinha outras prioridades. 

E assim como ele, existem muitos escolhendo quem morre. Talvez por falta de profissionais no mercado ou por falta de humanismo mesmo. Faltam médicos humanos, solidários e amorosos. Médicos que veja o paciente como pessoa e não como uma panela. Médicos que tenham compaixão de quem está no leito. 

Sabe quando escutamos nos noticiários sobre as manifestações: “um pequeno grupo de vândalos? Na medicina é a mesma coisa, existe esse bando.

Aliás, o problema é a equipe inteira. Na situação que vivi com a minha avó, vi enfermeiros frios e profissionais que negaram medicamentos. Alguém que está a beira da morte espera por remédios?

Ah sim. Não seremos injustos. Falta infraestrutura nos hospitais (mas este não era o caso da minha avó). E convenhamos: como um jornalista trabalha sem caneta? Um nutricionista sem balança? Ou o professor sem livros? 

Ahhhh, se Mais Médicos fosse a solução... Mas espero que estes profissionais cubanos cheguem aos lugares onde não há socorro, ou negam socorro, como aconteceu com minha avó. E espero que sejam exemplos de inovação, mas não por trazerem tecnologia, mas por trazerem amor. 

O assunto é daqueles que você vai analisando, o leque vai se abrindo, o tecido da manga vai crescendo e você percebe que tanta sujeira é fruto do dinheiro e que estamos nesta selva ditada pela capitalismo. 

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