Você aperta o interfone de um escritório. Na maioria das
vezes que faço isto, fico impressionada com a capacidade de resolver situações
de algumas recepcionistas. O diálogo entre a atendente e eu. Ela fala:
- Oi!
- Gostaria de falar com a contabilista.
- Ela não tá.
Uma pausa. A pausa continua na esperança de que ela ofereça
ajuda. A pausa fica demorada e você responde a questão que ela não fez:
- Você pode me ajudar? Eu preciso assinar um documento.
- Pois é, mas a contabilista não tá. Como que faz?
Nesse momento faz aquela cara de assustada, pensativa e
calma, tudo ao mesmo tempo. E decidi fazer o exercício de inspira e expira três
vezes. E fala:
- Eu posso esperar.
- Tá bom.
Até ela chegar para abrir a porta, você já a imagina. E ela
chega do jeito que você pensava: mascando chiclete e arrastando a rasteirinha.
Você decidi perguntar:
- Ela vai demorar?
- Não sei, ela saiu pra rua.
- Obrigada pela ajuda. Desejo que você encontre um
atendimento tão bom quanto o que você me deu.
Pausa. E você percebe a última frase foi um desejo do se
pensamento.