São muitos. A maioria são jovens,
mas a regra, não é esta. Aqui está presente quem quer trazer a renovação. Não é
nenhum trio elétrico, nem uma alegoria de carnaval e muito menos futebol. O que
leva a multidão, a olho nú não se encherga, mas o coração sente. São os
brasileiros que cansaram de ver um país com tantas qualidades físicas e
econômicas, sendo engolido pouco a pouco por bocas corruptas.
Quando as ruas de São Paulo foram
tomadas por um tsunami de pessoas que tinha nas faces estampadas a indignação e
ao mesmo tempo na voz, o grito de esperança, o contraste de energias ecoou
Brasil afora. Ações que fizeram muitas pessoas pararem para pensar.
Nosso país, é nossa família.
Sempre reclamei que falta um pouco de patriotismo nos nossos cidadãos,
incluindo eu mesma. Mas quando nascemos não escolhemos onde, nem quando, nem
quem será nossos pais. E mesmo com os problemas, continuamos amando nossos
familiares. Sempre vamos defendê-los. É este sentimento que temos que ter em
relação à nossa nação. Vamos valorizá-la e isto vai refletir em nós mesmos.
Coinscidência ou coisas do
destino, tudo aconteceu junto ao segundo maior evento do futebol no mundo, a
Copa das Confederações. País do futebol? Por que não? Mas agora NÃO DÁ. Os
jogos não estão tão interessantes quanto almejamos, afinal os R$200 de um ingresso
representam 30% do salário mínimo do brasileiro. Além disso, muitos esperavam
que os eventos esportivos dariam ao Brasil uma nova estrutura e não foi isso
que vimos. Vimos estádios de primeiro mundo e a educação no penúltimo lugar de
acordo com uma pesquisa feita em 40 nações, atrás de países como México,
Argentina e Chile.
Agora, o grito não é para o
Brasil ser o campeão do futebol, mas para ser um país que respeita seus
cidadãos. Um país que dê orgulho para quem more nele, uma nação que encheremos
a boca para falar bem dela e que defenderemos com unhas e dentes. Queremos um
Neymar, um Fenômeno, um Ronaldinho Gaúcho que saiba driblar os problemas e
administrar de forma justa um país que habita quase 200 milhões de pessoas.
Queremos novas escolas, melhores
salários para professores e crianças que sonham em ser educadores. Escolas que
enchem os olhos da molecada. Queremos o suficiente para a saúde, nada
excessivo. Queremos que os nossos produtos saiam dos portos a tempo de chegarem
sem perder a qualidade nos outros países. Queremos uma reforma tributária para
valorizar os empresários e consequentemente os trabalhadores. Almejamos melhores
estradas e um sistema de transporte ferroviário de carga para desafogar as
estradas que matam diariamente milhares de brasileiros. Queremos melhores estradas. E que a segurança seja resultado da educação.
E que a educação seja uma forma de levar os brasileirinhos à formarem opinião
por eles mesmos. Queremos uma polícia preparada. Isto são os nossos vinte
centavos.
Hoje estou orgulhosa por ver o
futebol virar coadjuvante e as manifestações protagonistas no país verde amarelo.
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